Como gerenciar a relação médico-paciente para alcançar melhores resultados terapêuticos?

A relação–médico paciente é um fator determinante para a o resultado terapêutico e consequente qualidade do serviço de saúde prestado. Estudos apontam que para o paciente considerar que o serviço prestado foi de qualidade vai depender depende em 30 a 40% da capacidade diagnóstica e terapêutica do médico e de 40 a 50% da relação que o médico estabelece com ele.

O setting terapêutico deve ser um espaço onde o paciente se sinta confortável, de modo que possa facilitar a interação e o estabelecimento de uma relação empática, e claro, preservando a privacidade.

As principais queixas dos pacientes relacionadas ao momento em que a relação com o médico está sendo criada se dão, em 39,1% pela falta de explicação do problema de forma clara e compreensiva, verifica-se também que em 58% das consultas o médico não verifica se o paciente entendeu o diagnóstico dado e em 53% das consultas não confirma se o paciente compreendeu as indicações terapêuticas.

Além disso, destaca-se o tempo médio da consulta é de 9 minutos, lembrando que um tempo maior de consulta permite uma anamnese mais cuidadosa, que o paciente receba as informações de uma forma que possa compreender sobre o diagnóstico e demais procedimentos e que também possa participar ativamente do processo terapêutico, externando suas vontades.

Outro ponto relevante envolve o fato de que em 91,4% das consultas os médicos desconsideram as expectativas, medos e ansiedades do pacientes, sua personalidade, fatores psicológicos e a sua habilidade de se comunicar, e isso acaba fazendo com que sujeito não desenvolva a autonomia necessária para aderir ao tratamento e o médico não consiga fazer uma intervenção eficiente.

Portanto, se você é um médico que almeja ter pacientes mais satisfeitos, experimente analisar como é a sua relação terapêutica com seus pacientes considerando o tempo médio de consulta, a compreensão do diagnóstico e do tratamento, se proporciona o desenvolvimento da autonomia do paciente, se considera expectativas, medos, ansiedade e experiências anteriores, personalidade, estado psicológico, habilidade de se comunicar e diversidade cultural, e depois busque alternativas para alcançar resultados mais eficazes.

Dra. Pryssilla Moutinho
Advogada Especialista em Direito Médico e da Saúde
OAB/BA 44.434

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